sexta-feira, 27 de abril de 2012

Artista do mês de abril "STEVEN SPIELBERG"






STEVEN ALLAN SPIELBERG

Lançando Cavalo de Guerra e As Aventuras de Tin Tin nessa virada de ano, Spielberg é um dos diretores mais prestigiados do cinema, se não, o mais louvado vivo. Dono de inúmeros sucessos e clássicos do cinema, Spielberg foi o revolucionário do gênero aventura e é conhecido por seu jeito família, emotivo e leve. Mais isso não o impediu de trilhar caminhos mais ousados como em A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan e Munique, obras mais sérias e pesadas que fogem ao gênero que o consagrou desde o inicio.
Nascido em Cincinati, Ohio, em 18 de Dezembro de 1946, Steven Allan Spielberg (65 anos) é filho de judeus e logo aos 13 anos venceu o seu primeiro concurso de curta-metragem com o filme Fuga do Inferno. Aos 16 fez seu primeiro filme com a câmera Super 8 chamado Firelight e no mesmo ano, em 1969, fez sua estréia profissional com o curta Amblin, que conta a história de um casal que se encontra no deserto de Mojave. O filme tinha 24 minutos e foi exibido no Festival de Filmes de Atlanta e venceu o Festival de Veneza.
Após o sucesso e premiado curta Amblin, Spielberg trilhou caminhos em seriados de Tv até assinar contrato com a Universal para dirigir o seu primeiro longa metragem chamado Encurralado, em 1971. O filme foi feito para a TV e fez tanto sucesso na telinha, que anos mais tarde ganhou as salas de cinema. Depois daí, foi questão de tempo até Steven Spielberg se tornar um dos grandes e melhores diretores do cinema. A alavanca de sua carreira foi com o seu segundo filme para o cinema e terceiro longa metragem da carreira, o arrasa quarteirão Tubarão, de 1975.


Portanto, confira abaixo uma rápida avaliação da carreira de Spielberg, com breves comentários sobre os filmes desse estupendo diretor que foi o nosso escolhido para ser o a estréia do Artista do Mês deste ano.
Obs: Foram comentadas apenas seus trabalhos feitos para cinema.

LOUCA ESPCADA
1974

Primeiro filme de Steven Spilberg lançado nos cinemas, Louca Escapada é um entretenimento de primeira no melhor estilo Steven Spielberg. Dinâmico, ágil, envolvente e divertido, o filme é pouco lembrado e foi esquecido com o tempo, mas para os fãs desse diretor assitir Louca Escapada é essencial.
TUBARÃO
1975

Primeiro estrondoso sucesso de Steven Spielberg, foi aqui que ele começou sua onda de filmes blockbusters. E Tubarão é também um dos pontapés dessa mania de filmes mega produções introduzida por Spielberg e seu amigo George Lucas.
O mais interessante de Tubarão, que posteriormente terá uma análise mais aprofundada no Lumi7, é que Spielberg ele não busca em nenhum momento criar o típico filme de animal assassino com inúmeras mortes e muito sangue. Aqui, Spielberg busca lidar com a expectativa, criando momentos de pura tensão usando somente tomadas de câmera, e claro, a magistral trilha sonora de John Williams. Exemplo claro disso é a icônica cena da praia. Tanto que só vamos ver claramente o tubarão um pouco mais da metade do filme.
Não só é um clássico, mas é um filme obrigatório para todo cinéfilo.

CONTATOS IMEDIATOS DE TERCEIRO GRAU
1977

Primeiro filme sobre ET´s de Spielberg, Contatos Imediatos de Terceiro Grau é mais aventura que suspense como alguns já me falaram. Lidando mais uma vez com a expectativa, o filme é certeiro na forma com que introduz os extra terrestres ao público. E acredito que talvez não tenha sido o primeiro, mas Contatos Imediatos de Terceiro Grau foi um dos principais filmes que consolidaram o, digamos, “cinema alienígena”.
1941 - UMA GUERRA MUITO LOUCA
1979

Comédia grandiosa de Spielberg, esta foi à única investida no gênero do diretor. Grande fracasso de bilheteria, 1941 erra por ser longo e enrolado. Alguns momentos são inspirados e a brincadeira com a segunda guerra é bacana. Spielberg até satiriza o seu Tubarão logo no inicio do filme usando até a música clássica. Porém, o filme se engrena de inicio e depois perde o brilho. Sem dúvida, ainda que não seja ruim, 1941 – Uma Guerra Muito Louca é o pior filme de Steven Spielberg.
FRANQUIA INDIANA JONES
1981, 1984, 1989 e 2008

A série Indiana Jones é sem duvida um marco no gênero de aventura e ação. Depois dele, o gênero foi revitalizado derivando inúmeros filmes inspirados em Indiana Jones. E considerado um dos 10 melhores personagens do cinema em várias listas, mesmo com alguns deslizes no decorrer da série, muitos deles graças a George Lucas que é o responsável em criar a história, Spielberg conseguiu empolgar, criar um clima incessante, eletrizante e sempre com um dinamismo fundamental para nunca deixar o público perder o interesse, seja na ação e acima de tudo na história.


E. T - O EXTRA TERRESTRE
1982

Vamos ter outra oportunidade de se aprofundar melhor nesse clássico do cinema em outra ocasião aqui no Lumi7. Um dos melhores filmes de extraterrestres já feitos. E.T encanta por sua sensibilidade dramática e humanização de um personagem visto sempre como o vilão por grande parte dos filmes. Aqui, Spielberg cria um filme família recheado de aventura, cenas marcantes e momentos antológicos.

A COR PÚRPURA
1985


Marcando a estreia de Woopie Goldberg no cinema, A Cor Púrpura é um relato de vida, sofrimento, preconceito e, acima de tudo, a busca pela superação. Um dos filmes mais queridos de Spielebrg, A Cor Púrpura é um marcante drama sobre a raça negra. Grande filme.

IMPÉRIO DO SOL
1987


Um filme que fala de sonhos, vida, amizade e persistência. Tendo como pano de fundo a Segunda da Guerra Mundial no Japão, Spielberg cria um de seus filmes mais bonitos e edificantes. Revelou o ator Christian Bale, que aqui criança faz sua estréia no cinema. 

ALÉM DA ETERNIDADE
1989

Um dos filmes mais esnobados de Steven Spielberg, Além da Eternidade é simplesmente uma prova do quão competente esse diretor pode ser no drama. Talvez não tenha o tom pesado do seu A Cor Púrpura, porém, misturando o drama com aventura e pitadas de humor, Spielberg nos emociona com uma história sobre erros, fidelidade e seguir em frente. E o filme também pode ser considerado espírita, já que sua história tem um lado surreal.

Estrelados por um ótimo Richard Dreyfus e uma excelente Holly Hunter, Além da Eternidade também marca o ultimo trabalho de Audrey Hepburn no cinema.
HOOK - A VOLTA DO CAPITÃO GANCHO
1981

Uma visão diferente e interessante sobre a história de Peter Pan. Aqui, Peter cresceu, é casado, tem filhos e deixou de sonhar. Preocupado constantemente com o trabalho, acaba dando pouca atenção aos filhos e as pessoas próximas. Porém, com a volta do terrível capitão Gancho, Sininho leva Peter de volta a Terra do Nunca para ajudar os meninos perdidos a derrotar o vilão. O problema, é que Peter terá que voltar a sonhar e acreditar no que viveu anos atrás.
Não digo que seja um dos mais envolventes filmes de Spielberg, ora é bastante lento e cansativo, chegando a ser bobo, entretanto, Spielberg encanta quando quer encantar. 
Ao lado de um Robin Williams em ótima forma, o filme tem momentos inesquecíveis como o voo do Peter Pan e o clímax final. E outro grande ator que arrasa é Dustin Hoffman como o vilão Capitão Gancho.
JURASSIC PARK e O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK
1993 e 1997



No bônus do blu-ray de Jurassick Park Steven Spielberg fala que sempre foi fascinado por dinossauros e sempre sonhou em brincar com um, mas sem ser devorado por ele. Claro, que o sonho de brincar com dinossauros se concretizou graças ao cinema, onde aqui, pode não só realizar seu sonho, mas também levar milhões de pessoas a conhecerem os dinossauros como nenhum outro filme jamais fez. 
Acho incrível como Spielberg consegue captar a emoção de cenas que se estivessem na mão de outro diretor provavelmente não teria o mesmo impacto. O filmar dos olhos, a sensibilidade em mover e colocar a câmera no lugar certo, seja num momento dramático ou na hora da ação, é tudo magistralmente realizado por esse grande diretor. A primeira cena onde são mostrados os dinossauros não só é um show de efeitos visuais como também é uma aula de como se deve fazer um filme de fantasia/aventura. Não é a toa que do mesmo modo que Hitchcock é considerado o rei do suspense, Spielberg é visto como o rei da aventura.
Mas pode-se dizer que Spielberg se inspira muito em Hithcock. Em seus filmes ele sempre busca lidar com a expectativa do público, e mistura esse suspense hithcockiano ao seu próprio cinema, conseguindo resultados fenomenais. Tubarão, Indiana Jones, E.T e este Jurassick Park são apenas alguns exemplos de filmes onde ele lida com a expectativa, com cenas onde ficamos roendo as unhas para saber o que vai acontecer.
Mas depois do fenomenal Jurassick Park, três anos depois ele retorna com a continuação O Mundo Perdido – Jurassick Park, após ter dirigido A Lista de Schindler e querer algo mais divertido e relaxante de se fazer. 
O filme em si não é tão bom como o primeiro e perde-se muito na história, com personagens desinteressantes e alguns momentos onde nem mesmo o talento de Spielberg conseguiu afastar o marasmo. Porém, não é uma experiência ruim. A cena do dinossauro na cidade (me lembrou Godzila) e a parte onde o trailer do protagonista está caindo do penhasco são ótimas e empolgantes seqüências.

A LISTA DE SCHINDLER
1993

É complicado você escolher um filme preferido. Existem tantos e mesmo vendo muitos não vimos quase nada ainda. Entretanto, desde criança quando tiver que assistir para fazer um trabalho da escola, me apaixonei subitamente por este A Lista de Schindler. Não só pela história surpreendente deste homem chamado Oskar Schindler, mas também, pela construção dos cenários, das cenas e de toda a emoção, seja ela triste ou de empolgar mesmo, que Spielberg consegue criar na gente.
Um dos melhores momentos é a invasão do campo de concentração de Auschwtiz e Spielberg destaca unicamente com a cor vermelha uma menina, ou também, a cena onde um grupo de mulheres são levadas ao banheiro e pensamos ser uma câmera de gás onde todas serão mortas. Esses e outros inspirados momentos são criados com minúcia e detalhismo por Spielberg. E acompanhado de atuações notáveis de Liam Nesson e Raph Fiennes, A Lista de Schindler considero o meu filme preferido.

AMISTAD
1997

Após ter dirigido a continuação de Jurassick Park, Spielberg retorna num filme, digamos, mais sério. Amistad é um filme histórico baseado em fatos reais que fala de escravidão e direito dos negros. Passa-se um pouco antes do estouro da Guerra da Secessão nos EUA e conta a história de um grupo de escravos que consegue se apossar do barco Amistad, onde estavam aprisionados, porém, acabam sendo encontrados por americanos e levados cativos até a America. Lá, começará uma batalha judicial para ver qual fim terá os escravos. Se eles continuarão escravos ou não.
Portanto, Amistad acaba por ser um filme de tribunal, e por sinal, um dos melhores. E em meio às cenas de júri, Spielberg intercala, através de flashbacks, o sistema de tráfico de negros entre a África e a America, e também, como era o ambiente dentro dos navios negreiros. Tudo é mostrado com muito realismo sem dó nem medo por Spielberg, lembrando muito aquele seu mesmo talento visto em A Lista de Schindler.

O RESGATE DO SOLDADO RYAN
1998

Acho que a abertura nem preciso comentar, pois é o momento mais marcante do filme. Já virou até cena clássica e referência para filmes de guerra. Entretanto, O Resgate do Soldado Ryan não é só seu inicio que mergulha o público de cara na zona de combate, o filme por um todo é uma das melhores experiências que já tive em um filme de guerra. História amarrada, cenas empolgantes e magnificamente bem filmadas, o longa é um retrato de companheirismo e persistência, de nunca desistir e seguir em frente. Uma injustiça o filme ter perdido o Oscar de Melhor Filme para Shakespeare Apaixonado.
Serve de consolo o mais do que merecido Oscar de direção para Steven Spielberg.
A.I - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
2001



Jamais deixei de dizer que Steven Spielberg é o meu diretor preferido. E admiro bastante sua ousadia em mostrar-se um cara extremamente sentimental e que pouco se importa em explorar isso em seus trabalhos. Mas confesso que em certos filmes o exagero no drama para fazer o público chorar atrapalha, e atrapalha justamente pela necessidade do filme ser outra. Um exemplo disso é o exagero no dramalhão em muitas partes de Amistad, detalhe que atrapalhou um pouco aquele filme soberbo.
Porém, este A.I – Inteligência Artificial talvez seja o filme onde Spielberg não deveria ter usado os seus sentimentos, tirando assim, toda a complexidade da história e o impacto que ela poderia causar. Baseado em um projeto deixado por Stanley Kubrick, Spielberg devia ter ficado apenas como produtor e chamado um diretor mais objetivo e reflexivo. Talvez o mais certo para dirigir o filme seria Kubrick, porém, infelizmente, ele já havia morrido.

MINORITY REPORT
2002

Como seria se pudéssemos saber o que iria acontecer no futuro? Muitos filmes já trataram a sua maneira com o assunto, e aqui, neste Minority Report, baseado no livro de Philip K. Dick, escritor de ficção cientifica que já teve outros filmes inspirados em suas obras como o cultuado Blade Runner, o fraquíssimo Simone, o recente Os Agentes do Destino e outros como O Vidente e O Pagamento.
Porém, não por ser fã de Steven Spielberg, mas considero este Minority Report o filme mais interessante e empolgante dentre todos os baseados nos livros de Philip. A trama nus apresenta uma unidade de pré crime onde se podem identificar futuros assassinatos e assim poder impedi-los. O policial mais experiente e responsável pelas operações é o detetive John Anderton (Tom Cruise), que passa a ser perseguido pelo também detetive Ed Witwer (Colin Farrell) após ser descoberto que ele cometeria um crime.
Minorty é muito mais do que um simples filme de fuga e provar a inocência. Dirigido com maestria por Spielberg, o filme fala de passado e o poder de conhecer o futuro. E um detalhe interessante é que este Minorty Report talvez seja o trabalho de ação mais obscuro e sem aquele clima de matinê de Spielberg.

PRENDA-ME SE FOR CAPAZ
2002


Baseado na incrível história real de Frank Abagnale Jr., e estrelado por um ótimo Leonardo DiCaprio e um excelente Tom Hanks, Prenda-me Se For Capaz é um thriller de perseguição conduzido de maneira simples, divertida e envolvente por Spielberg. Talvez o mais notável seja a história real de um dos farsantes com um dos finais mais bacanas que já vi.
O TERMINAL
2004


A crítica foi bastante relativa com este filme de Spielberg que considero um delicioso entretenimento. Spielbeg é um diretor que pouco investe em dirigir comédias, a última foi com 1941 – Uma Guerra Muito Loucaque por sinal não foi muito bem sucedida, porém, este O Terminal, mesmo com uma trama improvável e um tanto quanto forçada, é uma comédia que se segura, acima de tudo, pelo carisma e talento de Tom Hanks. Resumindo: nem ruim, nem excelente, apenas um bom filme.
GUERRA DOS MUNDOS
2005



Extraterrestres e Steven Spielberg é uma dobradinha infalível. Baseado H. J Wells, Guerra dos Mundos é o longa de ETs mais comercial realizado por Spielberg. Isso porque o filme possui todos os aqueles elementos que o público adora: fugas, destruição e grandiosos efeitos especiais. E talvez por isso, Guerra dos Mundos não seja um filme tão surpreendente ou um dos mais interessantes de Spielberg, porém, quando se é um diretor de talento até mesmo o clichê torna-se algo bom. Diga-se de passagem, o angustiante começo com a invasão dos ETs destruindo praticamente tudo enquanto Tom Cruise foge sem ser atingido.
Acho que o grande problema de Guerra dos Mundos é que o filme se perde em sua conclusão ficando algo superficial e de qualquer jeito. Entretanto, graças à competência de seu diretor e o carisma de Tom Cruise, Guerra dos Mundos diverte e empolga.

MUNIQUE
2005

Baseado no livro Vengeance: The True Story of an Israeli Counter-Terrorist Team (algo como Vingança: A Verdadeira História de uma Equipe Contra-Terrorista Israelense) escrito pelo jornalista canadense George Jonas, talvez Munique seja o filme mais maduro de Spielberg lançado neste novo século. A obra relata os eventos que se seguiram ao Massacre de Munique ocorrido em 1972.

Com uma estrutura e ritmo de thriller, o filme é muito mais do que um mero relato do combate ao terrorismo. O filme reflete sobre o tipo de medidas usadas na atualidade para combater o terrorismo e os efeitos que isso pode causar. Um filme inteligente, tecnicamente impecável, maduro e lida com um tema sensível e polêmico.

CAVALO DE GUERRA 
2011



Meu amigo Wilson Antonio falará melhor sobre este Cavalo de Guerra em sua crítica aqui no Lumi7, entretanto, só queria deixar claro que Cavalo de Guerra talvez seja o filme onde Spielberg mais exagera em seu drama e no intuito de fazer o público chorar. No entanto, nesse caso, considero até relevante já que o filme é um filme de coração feito de coração. 
Muitos críticos estão dizendo que é piega demais e que Spielberg exagerou na dose, porém, defendo dizendo que Spielberg cria aqui uma homenagem sua a velha Hollywood, e talvez se fosse lançado 50 anos atrás, hoje, Cavalo de Guerra seria ovacionado como um clássico do cinema e o drama piega como muitos estão falando soaria totalmente relevante. O problema, é que Cavalo de Guerra é um filme muito bom lançado, infelizmente, na época errada.

Spielberg e os seus Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor por "A Lista de Schindler"
Cate Blanchett, Spielberg e Harrison Ford no set de "Indiana Jones e O Reino da Caveira de Cristal"


Steven Allan Spielberg

Spielberg no set do seu último filme "As Aventuras de Tin Tim"

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