terça-feira, 3 de julho de 2012

Prometheus marca o retorno do diretor Ridley Scott as telonas

Prometheus, novo filme de Ridley Scott  é apontado por alguns como prequel de Alien, o 8º passageiro (1979), também dirigido por ele. Prequel é uma expressão empregada na língua inglesa para designar, no caso do cinema, película cujo enredo ajuda a compreender elementos e fatos que não ficaram claros na história original de outra, com trama geralmente passada em momento anterior. A ideia partiu de um dos personagens de Alien (o Space Jockey, no caso), mas o diretor inglês garante que a história tornou-se consistente o suficiente para ser independente. Ou quase.

Por ter relações óbvias com Alien, o 8º passageiro, um dos clássicos da ficção científica no cinema, Prometheus provavelmente vai dividir opiniões. Gente que sairá do cinema empolgada por ter entendido tudo ou que avaliará a nova produção como adendo dispensável à já consagrada história de Alien. Fato é que o filme funciona bem inclusive para que nunca viu uma única cena de Alien, ou seja, não requer conhecimento prévio. É diversão garantida para os fãs de ficção científica. Entretanto, quem já conhece o outro famoso filme de Scott vai tirar mais proveito, sem dúvida.

O diretor não trabalhava com filmes do gênero há 30 anos. Depois de Alien, lançou outro clássico sci-fi, Blade runner, em 1982, e parou. Vieram trabalhos totalmente diferentes, como Thelma & Louise (1991), Gladiador (2000), Hannibal (2001), O gângster (2007) e, mais recentemente, Robin Hood (2010). Além de retorno ao universo da ficção científica, Prometheus marca também a estreia de Scott numa produção filmada digitalmente e em 3D. Efeitos que garantem contato próximo com seres viscosos e tomadas de proporções épicas. 

Desafios O tal Space Jockey, que apareceu pela primeira vez em Alien, o 8º passageiro, é um humanoide pálido, grande e musculoso, semelhante às estátuas renascentistas. É também chamado de Engenheiro, pois teriam sido seres da raça dele os responsáveis por criar a vida humana na Terra. Com base no estudo de intrigantes pinturas rupestres encontradas em várias regiões do planeta, os integrantes da missão espacial na nave Prometheus estão a caminho desse encontro, ansiosos por saber quem nos criou e, consequentemente, por quê.

Para entrar no clima do filme e compreender certas referências, é válido ter noções básicas sobre o que representa Prometeu, titã da mitologia grega. Defensora dos homens, essa figura de notável inteligência se tornou conhecida por roubar o fogo de Zeus e dá-lo aos homens. O fogo, segundo o mito, era de uso exclusivo dos deuses e deu aos homens supremacia sobre os outros animais. Insatisfeito com o ocorrido, Zeus puniu Prometeu amarrando-o a uma rocha e deixando que uma águia comesse eternamente um pedaço de seu fígado, que se regenarava no dia seguinte.

O mito atesta que desafiar os deuses é algo perigoso, e a tensão na qual se baseia Prometheus parte do mesmo princípio. Ao interpretarem os desenhos rupestres como convite a conhecer seu criador, os humanos são inadvertidamente confrontados com ameaças à sua própria existência. No caso do filme, para que a vida continue, o desafio deve ser levado às últimas consequências, e, ao que tudo indica, haverá um Prometheus 2.

Semelhanças Os espectadores de Prometheus que já tiverem assistido ao clássico 2001: uma odisseia no espaço (1968), de Stanley Kubrick, vão identificar algumas semelhanças entre os dois filmes. A começar pela presença do androide David, de feições perfeitamente humanas, à bordo da nave Prometheus, o que remete diretamente ao supercomputador HAL 9000 de 2001, capaz de interagir perfeitamente com os tripulantes (um deles chama-se David). As cenas iniciais de Prometheus são outra coincidência: paisagens naturais de aparência estéril, como que vistas a partir de uma aeronave, lembrando bastante a sequência da parte final de 2001. Por fim, os desfechos de ambos os filmes contêm cenas mais do que inesperadas.
 
Em ascensão 

A expectativa é que Prometheus seja um dos grandes blockbusters dos próximos meses. Entretanto, o novo filme de Ridley Scott ainda está atrás de Madagascar 3: os procurados em termos de público e renda – tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A animação da Dreamworks, que está em sua terceira semana de exibição, já foi vista por quase 3 milhões de pessoas nos cinemas brasileiros, com uma arrecadação de cerca de R$ 36 milhões até o momento. Os dados são do site Filme B, especializado no mercado cinematográfico nacional. Nos Estados Unidos, Prometheus ficou em segundo lugar no segundo fim de semana do mês, arrecadando US$ 51 milhões, contra os US$ 60 milhões de Madagascar. 
 
A voz do público 
 
você gostou do filme?
Ozeldo Costa e Silva ,52 anos, designer
 
“Gostei bastante. O filme conseguiu sintetizar o que você pode acreditar e o que a ciência propõe. A protagonista, no caso, acredita em alguma coisa. É bastante interessante”.
 
Maria Carmen Costa e Silva ,46 anos, arquiteta
 
“Gostei, porque adoro filmes de alienígenas e que misturam dois temas que gosto, religião e ciência. Esse provou que a fé vale mais do que a vida”. 
 
Henrique Morais ,15 anos, estudante 
 
“Gostei, porque foi bem próximo do Alien, o 8º passageiro. Já era fã desse filme e quis assisitir a Prometheus justamente  por isso. Recomendo a todos os fãs”.
 
Nicolas Salles,15 anos, estudante 
 
“Gostei do filme por contar a origem do filme Alien. Os efeitos especiais são muito bons e os personagens o fazem torcer por eles”.

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